9 de novembro de 2017

ONDE HÁ FURNAS HÁ CALOR!

Há cerca de vinte anos, numa altura em que ainda vivia em casa dos meus pais, naquela vidinha mole que me dava tempo para tudo - incluindo estar sozinha em casa a ver programas escolhidos por mim - via alguns talk shows.
Lembro-me perfeitamente de estar a ver um desses programas, no caso a Oprah, e aparecer um senhor muito engraçado, com uma forma de comunicar muito escorreita: o Dr. Oz.
Este Dr. Oz falava sobre o envelhecimento da pele, sobretudo o envelhecimento da pele da cara e pescoço, e durante cerca de 1 hora falou acerca desta temática, mostrando vídeos, exemplos, e imenso material, que detonava qualquer teoria sobre a utilização de produtos para manter a pele jovem. A partir daquele dia e intermitentemente, este assunto tem-me vindo à cabeça, sobretudo pelo facto irrefutável de que estou a ficar com a pele num lindo estado.
Na altura, com 20 anos e uma pele de meter inveja a qualquer moça de 40, não estava muito virada para as preocupações da idade; era imortal, e imortal era igualmente a minha pele.
Só que não.
O médico, que veio a tornar-se muito conhecido precisamente porque era bom e dizia coisas boas, transmitiu ao vastíssimo público que o seguia na Oprah, que o grande erro das mulheres (falava sobretudo para as mulheres) era essencialmente um único: lavar a cabeça em primeiro lugar.
Essa agora!
Toda a vida lavei a cabeça primeiro. Tenho aliás essa premissa impregnada, porque se não fico ali um bocado com a máscara no cabelo (enquanto esfrego as vergonhas), no final do duche em vez da minha farta cabeleira, tenho um ninho impossível de pentear.
Dizia o médico que os produtos tóxicos do shampoo se entranham na pele, primeiro através do coro cabeludo, descendo depois para a cara e pescoço, impercetivelmente e impertinentemente, provocando danos irreparáveis e envelhecimento precoce, sobretudo porque os elementos tóxicos provocam distúrbios no metabolismo da pele e aceleram a perda de colágenio, favorecendo a flacidez.
E isto tudo mesmo depois do cabelo seco!
Dizia ele que se lavássemos a cabeça em último lugar (vejam bem a elevação desta técnica com 20 anos e tão atual!) além de demorarmos menos tempo a fazê-lo (porque já gastámos o tempo mais descontraído a lavar o corpo e ficamos com a sensação que o [tempo] que nos resta é muito menor), o shampoo fica menos tempo na cabeça (só o tempo de esfregar e retirar o produto), e como já estamos lavados e enxaguados no corpo não vamos querer que o produto escorra novamente para o corpo e naturalmente inclinamos muito mais a cabeça para trás.
E foi isto esta excecional informação que eu retive durante 20 anos na minha cabeça, além claro, de 20 anos de produtos tóxicos, quiçá já bisnetos e trinetos desta malta merdosa que nos leva a juventude!
Obviamente que todos nós lavamos a cara no banho, a maior parte das vezes com outro produto tóxico, mas ainda assim, seria necessária uma limpeza profunda da pele depois do banho para nos livrarmos totalmente desses componentes que ficam alojadas dias e dias, semanas, meses, anos sem fim, na cara e no pescoço.
Onde há Furnas há calor... será?

(Agora vem aqui uma batelada de gente dizer que lava a cabeça no fim do duche, limpa a cara depois, e que tem rugas na mesma, e lá vai o Dr. Oz para as calendas pregar, e eu poderei finalmente!! libertar este espaço na minha cabeça e ocupá-lo com coisas mais sadias.)

3 comentários:

  1. Nunca lavo o cabelo no duche. Não me lembro de alguma vez o ter feito, mas provavelmente aconteceu.
    Lavo sempre o cabelo em separado.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E tás super nova???? Diz que sim!!!!!!!!!!

      Eliminar
    2. Estou muito bem, com uma relação equilibrada idade/aspecto.

      Eliminar