10 de julho de 2017

O ÚLTIMO POST SOBRE O NOS ALIVE 2017

Em matéria de evolução andamos sempre um bocadinho desencontrados.
Pesquisadores descobriram que seres humanos modernos tiveram filhos com Neandertais sem que isso, aparentemente, causasse grande mossa na evolução da espécie, ou pelo menos que nos impedisse de evoluir no melhor sentido da palavra.
Acontece que ainda nos dura a teima, e se tivermos a capacidade de atender, reparando, a certos ajuntamentos como sejam o casamento (ou um festival de música), percebemos que a clivagem ainda se denota e podemos verificar sem grandes complexidades ou tiradas cientifico-filosofais que até em alguns casais se vê que há um que se dedica mais aos trabalhos pesados enquanto o outro pende mais para as intelectualidades. 
Certo e sabido que os intelectuais, apesar das grandes cabeças, nunca foram grandes agentes de mudança, e amiúde até empatam a malta que quer fazer as coisas.
E fazer coisas é de tudo o mais importante.

Mas o que tem  o NOS ALIVE 2017 a ver com as desigualdades que nos desunem desde há mais de 45 mil anos?
É que às vezes parece-me que os humanos modernos se cruzam ainda com os neandertais e geram uma espécie que costuma ir aos festivais de música, não para curtir a música, essa agora!,  mas para vir para as redes socais dizer mal de todas as bandas, de toda a organização, das saídas, das entradas, das bifanas, das cervejas, enfim, de tudo o que as pessoas que vão 3 dias dias seguidos para os festivais raramente percebem, e bem assim, se revoltam depois contra esse cruzamento do demo que grassa nas redes sociais à cata de clicks e visualizações.
É como se uma parte da comunidade fizesse as coisas acontecer, muito trabalho, muita dedicação, muitas horas sem dormir, para depois virem os outros, os intelectuais de pacotilha, falar mal de tudo, avacalhar e espergir o fel por cima de mais de 165 mil cabeças, só para chamar a atenção.

Há sempre gente pronta para ser inconveniente e supérflua, gente que escreve as taras que lhes passam pela cabeça como se estivessem em casa a passar a ferro. Tudo a eito, a cilindrar toda e qualquer rugosidade natural que possa aparecer no melhor pano.

Li, numa dessas "Magazines-Guru" da cidade, que as saídas do festival foram horrorosas, que obrigaram as pessoas a subir o viaduto, coitadas, 10 minutos a pé, que horror, que os Foo Fighters foram uma banda com a mania das grandezas, que os Depeche Mode foram uma desilusão, e que finalmente tudo foi uma valente trampa, porque - e isto sou eu a achar - muito provavelmente a Organização do festival se recusou a oferecer-lhe os bilhetes.

E é aqui que bate o ponto.
Mas não nos enganemos que este ponto está longe de ser um ponto final.
Com esta azia toda, mais as partilhas dos cibernautas com azia, e ainda os muitos milhares de fãs que lá foram colocar o comentário para defender as suas bandas, acho que já conseguiram arranjar dinheiro para pagar o subsídio de férias ao pessoal.

Em matéria de evolução andamos sempre um bocadinho desencontrados.
E eu acho que, definitivamente, esta gente não deve ter estado no mesmo festival que eu.

9 comentários:

  1. Tanta conversa para dizer que foi ao Festival. Que não perde um amontoado de gente já a gente sabia desde o MAAT, olha a novidade.

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    1. Ahhh, saudades tuas pah.
      Então e conta lá, como é que vai a vidinha?

      Os Depeche Mode foram TOP pázinha. A ver se apareces em 2018 para beber um jola.

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    2. Uma coisa é certa: não fosse eu e ficava aqui a falar sozinha, nem um seguidor, nem um comentariozinho para consolo, nada. E ainda vocês dizem mal dos anónimos... Até já têm saudades deles, são eles ou a penúria.

      "um jola" não sei o que é e suspeito que é melhor continuar sem saber.

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    3. É verdade cara anónima.
      Este blog já teve melhores dias.
      Já dizia o meu caro Jean Cocteau: "Há uma coisa pior que a fama, é não a ter"
      Resta-me a anónima para me ir dando algum alento nisto de escrever.

      PS: Sobre a jola, sim, fique na sua ignorância, ninguém lha vai notar- afinal não vem aqui ninguém ler isto, não é verdade?

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  2. Eu leio.
    Tudo. De fio a pávio.
    Também sei o que é uma "jola".
    :)

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  3. Acho realmente um desperdício gente como a Uva ou a Ana de Amsterdam escreverem pérolas para pigs.

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  4. ouvi "jolas grátis" e vim cá ter :D

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