28 de fevereiro de 2014

A luz dos outros não me ofusca, ilumina-me antes o caminho.

Toda a vida odiei as hierarquias e a soberba das pessoas que se acham melhores, maiores e superiores aos outros. Basta-lhes ter três tostões no bolso e um punhado de capachos, para se acharem nos píncaros do mundo.
Não é verdade que eu seja o ser mais humilde da terra, já que a minha educação foi uma balde de auto estima, nem tão pouco o tipo de pessoa que dá a outra face quando é agredida. Não, eu tenho amor próprio, mas não trato as pessoas como se elas fossem uvas num lagar, que eu piso e repiso, quase sempre cantando, até que delas só reste o bagaço.
Posso até considerar e às vezes confirmar (cá para os meus botões) que sou melhor em algumas coisas, mas não faço disso bandeira, só pelo prazer de rebaixar. Tenho aliás, a perfeita consciência de que há pessoas melhores do que eu, e que serão sempre melhores que eu, mesmo que eu bata 20 vezes os meus próprios recordes. Eu não quero bater os recordes dos outros, nem quero faze-los perder. Eu espero apenas bater os meus próprios recordes.
O sucesso e a inteligência dos outros não me afeta, alegra-me e gosto de saber que, se eu não souber fazer, há alguém que sabe, e que me ensina.
Mas a soberba, a decrépita e miserável soberba, tão presente nessas autodenominadas castas superiores, nesses Cézares desta vida, nesses Deuses da Polinésia Francesa, que armados ao pingarelho, me vêm com falinhas mansas e displicentes, com o seu arzinho bonacheirão, enervam-me . Fico cega.
Nascem em berço de ouro e logo se acham os melhores, os iluminados.
O mundo é plano e eles estão lá no início, em cima de um pedestal, rindo e distribuindo atestados de estupidez a toda a gente.
São uns tristes, são uns tristes e vão acabar sozinhos ... com uma fralda agarrada ao rabo, e uma pila murcha.








"Era uma vez um rei com uma grande barriguinha, comia , comia, e mais fome tinha."


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