16 de janeiro de 2014

E Tudo o Vento Levou

Portugal, tem-se tornado nos últimos anos, um país de vilanagem, de ignomínia, de canalhice e de opróbrio.
Vamos por um caminho sem retorno; basta pensar um pouco para perceber que jamais conseguiremos recuperar o património ora vendido, para recuperar uma dívida feita pelo próprio património.
É caso para dizer, em tom jocoso, que o país só não vende a mãe, porque a mãe se vende a ela própria.
Entregámos ao Capitalismo Neoliberal que agora nos controla como se fossemos gado, todas as nossas riquezas materiais, através das hipotecas bancárias que, amarradas por apertadas cordas ao nosso pescoço, por via de campanhas assassinas sobre o crédito bancário, a todos conduziram à dependência.
Entregámos nas mãos de Ministérios “da pouca Solidariedade”, orientados por crianças acabadas de desmamar (a maioria ainda mama, ó se mama) o futuro dos nossos velhos, que nos criaram e nos amaram (e àqueles sacanas também), os nosso avós, tios-avós, tios e pais, que sucumbem e se vergam aos cortes cegos dos seus rendimentos, à aniquilação da esperança para os filhos, muitos na força da vida, sem trabalho, sem conseguir formar uma família, ter filhos, desenvolverem-se enquanto pessoas, criar e ser criativo, lançar as bases das gerações vindoiras.
Não sei se temos afinal hipótese de voltar à terra.
Gostava muito de ter esperança, como Scarlet O'Hara tinha em Tara. Gostava muito de sentir segurança e alegria no pós-troika, no regresso aos mercados, no aumento da exportação (que não é mais do que um tacho de água a ferver, que sem ter por onde manter a água, se lança para fora da panela), na diminuição das insolvências, de novas e muitas empresas-na-hora, e de outros tantos indicadores que nos enfiam goela abaixo.
E sob várias formas, de diferentes estilos, com mais ou menos paninhos quentes, a mensagem transmitida pelos nossos governantes, que já não fazem por a esconder, é apenas:

"Frankly, my dear, I dont give a damn".

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